Para mim,
não passas, por enquanto, de um rapazinho em tudo igual a cem mil rapazinhos. E
eu não preciso de ti. Para ti, não passo de uma raposa igual a cem mil raposas.
Mas, se me cativares, precisaremos um do outro. Serás para mim único no mundo.
Serei única no mundo para ti.
- Antoine de Saint-Exupéry, Le Petit Prince
Existe
uma transição que sempre me assustou os ossos e os recantos da minha alma por
nunca ter conseguido ultrapassar: a metamorfose da paixão em amor. Se é que me
aconteceu alguma vez um sentimento idêntico. As tulipas da minha casa acabaram
por morrer de todas as vezes em que a metamorfose estava pronta para ser
realizada. As pequenas lagartas explodiram dentro dos casulos, as pequenas
substâncias de paixão não conseguiram voar acompanhadas e batizadas como amor.
Desta vez, sussurras-me aos ouvidos a diferença. Pretende ser diferente, disse-me o meu Deus, aquele em que acredito
nas manhãs mais conturbadas e nos dias de Sol poderosos. A transição
encontra-se nos estados finais, neste momento. São precisos dois seres humanos
para esta transição. Não te demores, o pequeno-almoço está preparado para ti.
Vamos fazer amor, um ciclo vicioso de desejo e dedicação. Cheiro os
pedaços da tua pele desde a tua testa até aos pés e sinto-me à vontade para beijar qualquer um dos teus dedos. As lagartas
vão voar dentro de algum momento.
Sem comentários:
Enviar um comentário