oh minha coimbra, como eu te amo minha cidade! como eu amo o odor a boémia que assalta qualquer olfato nas tuas monumentais, a eloquência com que se impõe o mármore dessas escadas faz jurar que, em tempor passados, houve poetas e médicos e advogados e gentes de saber e vaidade de nome, que as subiram e desceram na ânsia de conquistar o teu respeito, oh minha coimbra do coração! as águas do teu rio perpetuaram os amores trágicos da história do nosso portugal e oh! quantos mil moços a ti te cantaram mil serenatas que lhes enxiam a alma, oh minha cidade desigual!
o combóio traz todos os dias até ti leigos de toda a europa que te querem conhecer. chegam assustados, com uma mala enorme onde te querem enfiar juntamente com a roupa suja e os produtos de higiene e levar-te de volta com eles, para os seus países. oh santa ignorância, uma vez na torre da mais velha universidade deste velho continente, os leigos sentem-se esmagados com a tua grandeza que não se prende a hectares, é antes uma grandeza de espírito. és, minha cidade, novamente aos olhos dos estrangeiros, a coimbra da revolução, és a queima da capa e da batina, és o cravo que matou a espingarda.
no regresso, os leigos acabam por enxer a mala de sonhos e encaixar-te no coração.
5 comentários:
Coimbra <3
Sempre será a melhor :)*
excelente texto companheira. para mim, é um dos melhores que já escreveste! <3
um texto capaz de fazer surgir o bichinho da curiosidade em nós, e visitar tão falada cidade (:
Pois foi companheira. Fiquei tão maravilhado. O nosso esforço é reconhecido :')
<3
Coimbra é tão bela que sabe sempre a pouco.
;) adorei cada expressão!
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