Faltam-me palavras para descrever este vazio.
Falta sempre alguma coisa, um alimento essencial para as proteínas equilibrarem
a saúde de um corpo ou um batom vermelho a qualquer rapariga de forma a melhorar o
estado dos lábios.
Um.
Dois.
Três.
Quatro.
Cinco.
Com espaçamentos bem sentidos nas minhas
pulsações. De repente é como se todos os acontecimentos estivessem parados,
a minha cabeça é um globo parado no meio de todas as horas. Costumam dizer-me para escolher quais as melhores horas em todos os meus dias e não consigo, neste momento, escolher qualquer uma. Cheiram a fumo. Graças à paragem e à ausência de palavras, que
têm como destino a descrição desta falta de alguma coisa no meu peito, tenho
uma vontade extraordinária de beber uma ou duas garrafas de vinho branco. Nasce
em mim um desejo extremo, com uma intensidade igual à ânsia por álcool, de vomitar frases sem
sentido nenhum e começar a chorar. Por não estar há demasiados dias na minha
casa na capital, por não ter maioria dos seres humanos que conseguiram retirar
alguma parcela de amor da minha alma. Passam-se seis, sete, oito dias e não
aguento mais estas quatro paredes. Falta-me sempre alguma coisa. A mim, a ti ou
ao outro ser humano que está a caminhar na rua. É isto: falta-me alguma coisa.
Desaparece chuva, estás a dar comigo em
doido. Sinto a mergulhar nos meus pensamentos, tão férteis nestes dias de
descanso.
2 comentários:
Fez-me bem ler isto neste preciso momento. Obrigada por isso.
Beijinhos
E eu fico mesmo contente por isso, eu é que agradeço!
Enviar um comentário