27 julho, 2008

morre em mim.

eis que encontro o único pretexto lógico porque continuo acorrentada a ti, qual prisioneira de um éden imaginário.
é esta demência. insensatez. cegueira.
este prazer masoquista que come e cospe as minhas entranhas tão entranhadas de ti.
não consigo limpar da minha memória gigante as gicantescas e ociosas horas de espera a que me submeteste. e em troca de quê? - questiono-te.
em troca de um aperto ternurento que só me faz jurar que o que sentes por mim é o que eu creio ser amor?
em troca dessas esmolas de fidelidade momentânea?
promíscuo,
foi cada beijo que me deste com os dentes.
cada festa que me passaste no rosto com as unhas.
cada palavra que, aos sair da tua boca, se transformava em pura e crua pornografia.
e a minha consciência odeia-me.

7 comentários:

Mariana disse...

muito expressivo. gostei :)

posso voltar?

David Pimenta disse...

Cada texto, cada palavra são únicos em ti Nameless.
Artista <3

Anónimo disse...

fantastico!!!

qual a razão de ficar aprisionado .. qual o momento para sarar as feridas?

so nos podemos saber ;)

beijinhos david <3

as:chiqa

Ana disse...

Simplesmente fantástico!
Adorei as hipérboles utilizadas... muito bom!

Anónimo disse...

isto sim, boa literatura.

parabéns.

David Pimenta disse...

Não me canso de ler este texto companheira. Mesmo *.*
<3

Patrícia Santos disse...

Gostei imenso, adorei a forma como escreves, como sentes o que escreves.

"e a minha consciência odeia-me"
acontece tantas vezes não é?

continua :)