hoje não vou pôr maquilhagem.
hoje vou ficar a sós com o meu espelho e vou contemplá-lo horas a fio.
apoderar-me de cada traço daquele corpo nu que jaz à minha frente.
vou fintar aquele olhar, que de tão nítido, me parece terrivelmente baço.
hoje quero ser tão simplesmente instinto, loucura e prazer!
que se foda a razão dos homens!
hoje vou amar-me em pleno
sem preconceitos bárbaros ou falsas modéstias!
farei deste dia meu e vou ser a minha própria musa.
hoje sou a personificação da beleza humana,
apodera-se de mim um desejo tal que toda eu se torna em erotismo e pornografia.
penetro-me de amor por mim mesma,
tenho orgasmos múltiplos que não são mais que rimas perfeitas onde está encerrado o meu nome nas entrelinhas.
p.s: eu fiz amor comigo mesma e, meus caros, não há droga que provoque semelhante sensação!
27 outubro, 2009
13 outubro, 2009
os corpos.
os corpos nus e mortos.
sempre os corpos.
sempre a nudez
e sempre a morte,
a morte dos corpos.
mato-o quando não sei o que fazer dele,
o que fazer com o meu corpo.
o que fazer com a nudez.
o que fazer com os restantes corpos.
e com as suas respectivas nudez.
queria apropriar-me da minha libido,
de todo o meu erotismo,
da minha eventual sensualidade.
queria expor-me.
ser eu, e conseguir escrever o meu nome com maiúsculas.
queria-me toda.
fazer amor comigo mesma.
penetrar-me de prazer e de razão.
escrever-me cartas infinitas onde estivesse presente o infinito desconhecimento de mim,
do meu corpo,
da minha nudez,
da minha morte.
os corpos nus e mortos.
sempre os corpos.
sempre a nudez
e sempre a morte,
a morte dos corpos.
mato-o quando não sei o que fazer dele,
o que fazer com o meu corpo.
o que fazer com a nudez.
o que fazer com os restantes corpos.
e com as suas respectivas nudez.
queria apropriar-me da minha libido,
de todo o meu erotismo,
da minha eventual sensualidade.
queria expor-me.
ser eu, e conseguir escrever o meu nome com maiúsculas.
queria-me toda.
fazer amor comigo mesma.
penetrar-me de prazer e de razão.
escrever-me cartas infinitas onde estivesse presente o infinito desconhecimento de mim,
do meu corpo,
da minha nudez,
da minha morte.
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