23 setembro, 2009

sou uma depravada.
há em mim uma insatisfação tal
um orgasmo por cumprir,
neste meu querer que nada quer
há uma pornografia inerente ao meu sentir.
há espasmos que se assemelham a penetrações de loucura.
há uma busca infindável pela minha sanidade,
um desejo imperativo de alcançar sobridade.
e há uma sede e uma fome do tudo
e um apetite invariável do nada
e não sei mais como tolerar este meu corpo
que somente defeca, urina e morre de vaidade

07 setembro, 2009

eu sou a hipérbole de toda a miséria e podridão intrínseca na raça humana. de uma forma ordinária, sou uma puta. não passo disso, um monte de merda que vagueia por essas avenidas e ruelas à hora em que a mãe vai aconchegar o filho ao leito, à hora em que os amantes se embriagam no corpo um do outro morrendo no orgasmo da sua ressaca, eu passo por ti à única hora que precisas de me ver. eu sou uma criatura estéril, estéril em relação a todos estes valores hipócritas que a sociedade impõe, sou estéril de moral, de pudor e sobretudo em relação àquilo a que gostam de chamar de amor.
tenho necessidade de me sentir suja. prendo o cabelo horrorosamente oleoso à cabeça com uma mola amarela e subjugo-me à minha condição...o meu corpo liberta um odor a carapau frito misturado com todo o nojo que me rodeia.
quando começo a sentir a fraqueza dos homens, entre uivos e esperma, assalta-me um desejo irreprimível de vomitar de desespero. no final de tudo,resta saber que jamais alguém me penetrou o espírito.