15 maio, 2010

tudo em ti é efémero, excepto o encanto que a mim atiras sem dó nem piedade. tomara que as ruas desta cidade não tivessem perpetuado o nosso amor, doçura, era tudo tão mais fácil se se tivesse dissipado o teu odor da minha epiderme e se com ele tivessem morrido as palavras que teimam em permanecer. não há como escapar deste desejo ardente que me percorre incessante quando em ti os meus olhos posam.quiçá um dia pares com esta sedução oca que só adia o fim por mais um dia.                                                                   

14 maio, 2010

-posso abraçar-te?
-eu sou de vidro.
-eu abraço-te com jeitinho.
-tenho medo.
-medo?
-de me estilhaçar nos teus braços.
-se esse é o teu único fim, ao menos que seja comigo.

02 maio, 2010

é de mim ou tudo isto não passou de álcool em forma de gente? e o que restou foi um bafo intenso a vinho velho que me repugna e me faz desejar não ter dado tudo por mais um gole. embriaguei-me de ti e agora que já não estás aqui para me puxares o vómito, vou molhando a garganta com o que restou dos copos dos outros. todos os outros que vão abraçando comigo as garrafas de gim em noites como esta.