15 dezembro, 2013

As palavras que demonstram a minha insanidade em relação ao meu amor que tenho por ti, pela tua alma



Deixa-me beber do teu sangue para chegar à eternidade e ao reino divino, colocado, para alguns, ao simples gole de álcool ou no cigarro em cima da mesa. Nestes tempos, com estas terras desbravadas, não sabes como controlar as minhas explosões de loucura, renascidas das minhas experiências. Resume-me as semanas, os dias, os meses, os anos para o meu olhar voltar a brilhar no minuto em que conversamos.

Hoje somos a simplicidade dos nossos beijos e dos nossos abraços. Não sinto necessidade de embrulhar, corromper as minhas palavras com magia das metáforas, personificações ou adjetivações por sentires as minhas palavras no teu peito. Somos a simplicidade dos nossos corpos, os músculos belos para os meus olhos castanhos. Mistura-te na minha alma, és o herdeiro das minhas entranhas.

Chegámos ao nosso reino. Construiremos agora a nossa casa, somos os gladiadores a combater a monotonia e a espalhar a boa nova por todos os descrentes. Chegámos a nossa casa e não resistimos às nossas almas, consumidas por investidas corporais. Chamam-lhe de sexo. Hoje somos a simplicidade dos nossos beijos, dos nossos abraços, dos nossos corpos e das almas. Essas que chegam aos céus todos os dias. Ouço a tua voz ao telefone. Deixa-me chorar, com a paixão a deixar marcas no meu corpo, instrumento para esta vida. Abre-me as portas do nosso reino.

06 dezembro, 2013

Consome-me de uma vez


Consome-me. Consome-me com a tua boca, com os teus lábios, os teus olhos castanhos e a beleza que emoldura o teu rosto e o teu corpo. Consome-me antes de me cobrires com a tua alma, os tecidos que amaciam os teus órgãos e dão um sentido a toda a nossa existência como se houvesse qualquer uma. Os seres humanos necessitam de uma lógica, um caminho para aprofundarem as simples ações: comer, respirar, tomar banho, estudar, amar. Deixa-me desmaiar no teu corpo e respirar os teus cabelos antes de fechar os meus olhos cansados. Nós, adolescentes ou eternos jovens, abraçamos a paixão e o amor para experimentar a intensidade e a plenitude. Falta-me a inocência ao teu lado. A tua presença deu-me a conhecer a pose para a eternidade, de frente para as câmaras a relembrar-me da viagem das nossas almas ao longo das gerações. Quebramos agora o que chamam de natural só por nos apaixonarmos, pergunto-me o que quebrámos anteriormente. Deixa-me agarrar na tua boca e consumir-te, alimentar os recantos do meu corpo e do meu coração para viver mais uma vez no meu silêncio. O meu barulho sempre me incomodou até chegares.

Consome-me com a tua boca. Consome-me de uma vez apenas e sem pressa. Conhece-me até à nossa eternidade, nesta leve brisa.

03 dezembro, 2013

Deixa-me mergulhar nas tuas águas (palavras) quentes

Escrevo mais uma vez para ti. 

Nesta vida plena, nos meus leves vinte e dois anos, em que qualquer um acha um peso violento para o meu rosto de rapaz. Esse rapaz que ainda assenta nos meus pulmões para impedir os meus vícios. Nesta vida plena escrevo, mais uma vez para ti, a mudar as palavras, os verbos e os adjetivos de lugar para mostrar-te de quantas maneiras posso mostrar o meu amor por ti. O carinho escorre por todos os meus comportamentos e os meu gestos no teu rosto delicado, arranjado para me olhares.

Já foi um rosto destroçado, despedaçado como uma porcelana no chão sujo. Consigo ver-te esse lado, o que não conversas comigo por já estar arrumado pacificamente no passado. Escrevo mais uma vez para ti nas minhas pétalas azuis, estas que me protegem do frio numa casa tão envelhecida. Sabias do pequeno buraco que fiz numa das paredes da sala? Estava simplesmente encostado e o meu cotovelo recolheu reduzidos centímetro do material que a minha casa é construída.

Escrevo mais uma vez para ti.


Deixa-me mergulhar nas tuas águas quentes, na cor límpida da doçura do teu oceano. Lágrimas salgadas, corpos podres constroem um oceano atlântico gélido e completamente salgado. Não é à toa que tantas almas chorem por arrependimentos, ausências de salvações e palavras de uma vida passada. É necessário um ciclo natural da natureza. Sabias que nunca consegui compreender esta minha associação da natureza com o trabalho dos espíritos que ficam presos na Terra? Assusta-me a minha visão da maioria dos acontecimentos, por sentir que a loucura me pode matar um dia destes e é a ti que vou virar o meu desespero. Quando me falam em amor, para além do amor, do sexo, do carinho, do mimo que troco contigo, lembro-me também da loucura corporal que pode ser adquirida com o passar do tempo. É uma loucura, eu sei mas penso em todas as possibilidades.
Já que é a primeira vez que alguém me vê como uma casa definitiva, para viver confortavelmente a vida toda. Não brinques comigo, nunca brincaste, nem nunca vais brincar. Construir a tua casa na minha alma é a maior responsabilidade que vais ter na tua vida e o teu coração está pronto para mim, para os meus devaneios.
Escrevo mais uma vez para ti. A loucura não me ameaça, meu amor, e a minha casa gélida ameaça matar-me com um calor súbito. A vitória está do nosso lado por sermos uma das poucas pessoas que ousa celebrar a vida nestes tempos tão negros.