22 março, 2010

hoje dei por mim na tua cama. só deus sabe ao tempo que não me deitava nua nesses lençóis de flanela manchados com os orgasmos das tuas amantes. mas a carne humana é fraca e o institinto é estéril de auto-estima, portanto aqui estou eu, subjogada a este jogo ordinário de prazer e romance. é acutilante a intensidade com que me penetras, com que te apoderas do meu corpo, qual mero pertence teu. 
um dia, em lugar de arfar, mordo-te o pescoço.

04 março, 2010

a plenitude do ser humano começa com a plenitude entre o corpo e a alma. o meu corpo sua, defeca, urina, produz muco ao nível respiratório, fica lubrificado ao nível dos genitais, contém uma camada de pêlos em quase toda a sua superfície e, no entanto, o meu corpo é o meu sítio preferido. amo-me na minha plenitude apesar de não deixar de pôr em causa tal dogma quando coloco desodorizante nas axilas,  quando faço questão de trancar a porta da casa de banho quando descarrego os intestinos e a bexiga, quando tento emitir o mínimo de ruído possível ao assoar-me, quando me masturbo, escondida, como se de um crime se tratasse ou  quando me depilo. são actos que tu, pudica sociedade, me impuseste a fim de construir esse teu pudico império.