25 fevereiro, 2012

Um beijo à loucura,


Desconheço se existe alguma doença mental relacionada com o vaguear excessivamente no mundo da fantasia e deslocar-se da realidade. De todas as vezes em que visito o meu médico de família nunca conseguia abrir a boca para lhe fazer essa pergunta, quem sabe por se não é por medo quem sabe se não é por loucura. Existe sempre uma admiração nos olhos dele em todas as vezes em que coloco os pés no estabelecimento recheado com um cheiro intenso. O cheiro típico de algumas pessoas que já passaram muitos anos nesta vida, no presente, sem qualquer expectativa de um longo futuro, aqueles que apreciam olhar para trás para saber o que poderiam ter melhorado (apesar de não terem permissão nem memória para assinalar os erros como aviso na próxima vida) e com isto não me interpretem mal, não tenho nada contra o cheiro característico, nasce nas minhas mãos uma vontade de sentir as rugas vincadas, de beijar a passagem do tempo com lábios envelhecidos e ressequidos graças à sensibilidade de uma pele idosa. Talvez o meu médico de família fique admirado pelo que acabei de escrever e pensar naquela hora, por a cor dos meus olhos se perder de todas as vezes em que começo a imaginar. Ou então abre a boca num espanto por me ver com uma peruca diferente de todas as vezes, quando não me lembro da noite anterior colocar tinta nos cabelos (as tintas sem qualidade, que ao fim de várias lavagens acaba por desaparecer). Nos últimos dias tenho vontade de colocar um tom cinzento, maldito mediatismo!

Nem um terço da minha loucura está presente nestas palavras, é uma reduzida porção que me leva a questionar se existe um diagnóstico para os loucos de fantasia. Coloco doses excessivas de batom para o cieiro no lábio superior e vaselina no inferior, talvez para conseguir realizar as minhas fantasias com mais facilidade e acreditem-se que pode dar jeito. Nunca ninguém vos disse que a loucura passa um pouco pela excessividade de erotismo? Acreditam que passa em toca em muitas questões que maioria das pessoas preferia nem pensar. Quando vagueio excessivamente penso em carne humana, nos prazeres e tentações de apenas uma noite. Nas horas anteriores ao clímax, ao orgasmo, as ditas horas de tesão (num português rasco, terrivelmente rançoso – agora que analiso o quanto estes últimos dois adjectivos moem qualquer língua) aliadas a uma loucura física.
Desejo por hora fazer dezenas de tatuagens no corpo, é a única loucura que nunca ponderei fazer à última hora por permanecer no corpo por um tempo definido. Carimbar um “para sempre” em relação a questões visuais magoa o coração, esvazia as veias por ser carregado de futilidade e sujidade. Se me chamam de louco, nunca sabem a diferença dentro de mim. Gritam aos sete ventos a minha loucura, analisam-na e tentam interpretar. Não falo em compreender, isso é um verbo demasiado caro para mentes vestidas e amarradas, não existem braços abertos nessas células cerebrais. Interpretam para colocar o meu corpo no inferno, para ser queimado por um suposto Diabo que está pronto para me morder, para consumir a minha alma. E nestas questões imagino a alma como um pedaço de tecido em que o bicho demoníaco pode vestir, colocar no pescoço ou simplesmente limpar a boca depois de uma refeição. De todas as vezes em que vou ao médico de família, ele acaba sempre por analisar os meus olhos para detectar alguma anomalia. “Sofre com tensão ocular”, e o seu espanto permanece quando pergunto “Apenas isso?”. Incha de indignação, o nervosismo é palpável e a raiva é consumível pelos botões da minha camisa.

O grande problema é quando me olho ao espelho. É o único objecto que me faz duvidar da minha doença, a invenção que coloca esforço de todas as vezes em que quero deixar a realidade. Vejo os olhos castanhos, remexo nos cabelos desgrenhados e passo um dedo da mão direita sobre o meu queixo, sentindo a pele marcada com borbulhas. Perfeição equivale a destruição. Colagem é drenagem. Imitação é o mesmo de descoloração. Nestas viagens pelo mundo dos sonhos e fantasia, pergunto-me onde estou e como sou? Numa realidade existe algo de imperfeito que me apaixona, na fantasia a perfeição é a religião, a razão pelo qual me sento a rezar e a pedir para ser abençoado com tal característica. Onde estão os filósofos prontos a julgar-me? De cada vez que aparecem frades, modelos, padeiros ou até mesmo padres (se é que existe diferença) tentam todos puxar pelos cabelos para sentir dor. A sensação que me pode salvar da loucura, diz um deles. A única que pode tocar na espinha, dizem todos os outros em coro.
No fim da consulta pergunto-me onde está o papel para o internamento. Nesse segundo é a primeira vez que não olha para mim surpreendido.

19 fevereiro, 2012

Ode às idealizações,


O peão estava pronto para atravessar a estrada no momento em que o carro atravessaria a rua a mais de duzentos quilómetros por hora, ou devo dizer segundo? Num mundo em que é necessário explicar tudo ao pormenor nunca se sabe se as palavras que libertamos são entendidas correctamente, já que contextos não são revelados e todos sabemos que a máquina humana não está habituada a pensar. Como estava a escrever anteriormente, o peão estava pronto para atravessar a estrada e colocar fim à própria vida num acto conturbado, quem sabe plenamente entediado por não ter uma vida que idealizou ou ambicionou.

Ambos sabemos que o ser humano adora idealizações, combinações, planeamentos. Maioria das senhoras idealiza um neto que os filhos homossexuais supostamente vão ter. Maioria dos homens espera que as suas filhas não sejam tocadas por nenhum rapaz até se casarem (e normalmente são essas que caçam todos os pedaços de carne musculada que andam pela rua, numa exibição digna de estar numa montra de qualquer loja dirigida para um público rigoroso). Maioria dos filhos quer mostrar a sua masculinidade misturada com insensibilidade através do número de namoradas que vão levando para casa. Todas as pessoas são iludidas pela primeira cara-metade até o tempo limite para consumo se esgotar. Ideias, sonhos, ambições e desejos que estão escritos na testa de qualquer pessoa que ande na rua com medo do pensamento alheio, a espreitar o caixote do lixo do vizinho para denunciar a primeira falta de cuidado, o cheiro imundo provocado pelo descuido da vizinha que estava ocupada a cuidar dos cinco filhos, a arrumar a casa e a tratar da sogra senil enquanto o marido se encontrava a ter um orgasmo com a secretária na empresa. Demasiados clichés que se vão repetindo ao longo de gerações, vou olhando para o relógio e para o calendário à espera da hora em que vou desistir de acreditar em qualquer tipo de mudança.
Espero sentado, espero em pé, observo e sinto receio de cair em idealizações tal como todos os outros. As imagens mentais que me levam à loucura momentânea permanecem nas minhas veias, acompanham as viagens do meu sangue quando coloco a colher de cereais na boca, mal acabo de acordar. Demasiado tabaco deixado pela minha mãe (especulações, sempre gostei de imaginar a minha mãe a fumar. Talvez por ela ser totalmente contra o fumo ou contra o veneno que está associado a um cigarro?), acaba sempre por sujar a bancada quando tiro uma das tigelas compras na feira do meu bairro. O bairro que me viu a crescer, a pentear os cabelos das bonecas e dos maridos das bonecas. As estradas que me beijaram os joelhos nos dias em que comecei a tentar andar de bicicleta, que me acalmaram quando me sentei com um livro a desfrutar dos raios solares. As estradas que me conseguem ver-me como um simples peão a arriscar a vida pela ausência de concretização de sonhos, por não ter pintado os cabelos num tom cinzento como desejei há dois meses atrás e por me teres abandonado. Abandono é o meu fruto, aquele que descasco todas as noites para me acompanhar o chá, queima a língua e aquece as minhas mãos quando pego na chávena e levo à boca.

Maioria das pessoas sonha com uma mansão com quatro andares, dez quartos e cinco mil casas de banho sem esquecer das duas piscinas (uma interior e outra exterior, para variar nas estações do ano). Algumas pessoas. Maioria das pessoas têm uma pequena casa, com dois quartos, uma casa de banho, uma cozinha e uma sala. Maioria das pessoas vive num pequeno apartamento, com paredes de cartão e com barulho a infiltrar-se todos os dias, nas madrugadas de lua nova. Queimei os lábios ao beber chá e nesse momento decidi transformar-me num peão e ser algo diferente, a diferença no campo da vulgaridade. Chamo de vulgaridade porque já se inventou tudo, já se reinventou mais alguma coisa, nem consigo cometer um suicídio particularmente chocante como ambicionava. Coloco uma roupa decente, transformo-me num peão de um jogo de xadrez e resolvo brincar com o meu próprio destino. Pergunto-me qual a novidade desta decisão, enrola-me o pescoço, toco no meu rosto à medida que vou olhando pela janela. Acabei de idealizar uma morte, acabei por me deixar levar por um dos meus maiores medos e coloco-me de joelhos no chão, com a cabeça virada para cima. Não sei se rezar irá trazer algum conforto ou paz, necessária para sentir vivacidade nos meus músculos, chamo por uma divindade que nunca esteve comigo. Ou então nunca chamei por Ele, como todos gostam de colocar em maiúsculas para mostrar respeito. Mas como vou mostrar respeito por algo que não compreendo? A minha boa educação consegue sussurrar-me aos ouvidos e mantenho as mãos ligadas, à medida que vou proferindo passagens da Bíblia que me ficaram na cabeça, das vezes em que a minha avó me obrigou a estar sentado nas missas de domingo. Antes do café, antes do almoço.
Transformei-me num peão, pronto para acabar com a minha vida. Idealizei um acontecimento. E por isso pergunto-me, o que estou ainda a fazer aqui? A comer a minha própria pele, a experimentar as unhas roídas.

18 fevereiro, 2012

Uma vírgula,



Um artista não sobrevive. Um artista vive.
Intensa, exaustivamente. Dolorosamente, violentamente. Numa correria de sentimentos e inteligência extremos. Queima-se e não volta a entrar na fogueira, dos sonhos, da mentira, da infelicidade.
Eu vou ser um artista. Pelo menos já estou a viver. 

10 fevereiro, 2012

Às 22:22 vou sentir-me,



Não ando a sentir-me. É terrível acordar de manhã com os cabelos desgrenhados e esquecer-me de penteá-los, numa atitude inconsciente de despreocupação com pequenos actos que estavam plantados dentro de mim. Assusta o meu espírito o momento em que não consigo falar alto para mim mesmo, a reclamar desta falta de despreocupação, na tentativa de tentar melhorar. Não ando a sentir os meus músculos, os poucos que possuo, depois de tomar um duche. Uma combinação de bem-estar abandonou-me há algum tempo, como se me tivesse fugido sem deixar um aviso, trazendo o desamparo para o presente. Os cigarros desapareceram-me da boca, uma boca extremamente sedenta de desejo invisível. Os dentes talvez tenham ficado amarelos pela falta de cuidado, à medida que ia aumentando os litros de álcool que permaneciam nas veias todas as noites. A ausência das minhas mãos sobre os meus cabelos castanhos, de tom escuro, gritou à minha consciência para a mudança, o vento atingiu a minha espinha e levou a essência da minha alma. Deixei de tocar-me há alguns minutos nestas horas de vida, de atingir orgasmos para me divertir sozinho, de sair à noite para beijar alguém, com adrenalina nas acções, com a respiração violenta. Deixei de fazer amor com a mente, de despir cada peça de roupa de alguém interessante, de desperte o meu coração. A roupa extravagante nunca mais viu a luz da noite, as botas metalizadas ficaram guardados no sapateiro, os cremes que podiam aumentar a minha juventude nunca saíram das prateleiras de qualquer loja. Os meus pés encontram-se parados, a partir do momento em que não deixo o meu trabalho de lado, em que todos os extraterrestres pedem missões quase impossíveis. Não me posso queixar, são seres de outro mundo e não do submundo que aterrorizam muitos das pessoas por quem consigo ter amor. E onde pára isso? Não ando a sentir-me, não ando a sentir o bombardear do meu coração – amor meu, volta para mim, amor excitante, urgente, amável, qualquer nome que lhe posso chamar porque nos dias que correm amor é qualquer sinal de vitalidade, pensam muitos – não ando a colocar as mãos em mim, num acto de amor-próprio.
Vou andar a descobrir novos caminhos, novos tipos de sensações. Os sentimentos vão fortalecer mas vou renascer espiritual, corporalmente. Queria pintar o cabelo num tom totalmente preto, despejar litros de tinta nos cabelos se fosse preciso e não tive a coragem necessária. Mudar para sentir equivale a possuir coragem, equivale a tirar as pedras dos sapatos que impedem o percorrer do caminho. Equivale a colocar todos os medos nos baldes para a reciclagem, equivale a pintar as unhas de preto quando qualquer homem quer sê-lo com maiúsculas. Nunca ninguém pensou em alimentar fantasias do inconsciente, os primeiros olhos são menos importantes do que os segundos, terceiros, quartos ou quem sabe, quintos? É necessária uma faca, uma pequena lâmina afiada que trespasse o meu coração, rasgue pedaços da alma e me consuma.  Permaneço deitado no meu caixão, à espera do despertar à meia-noite. Quando abrir, vou deitar cá para fora as minhas composições, vou escrever sobre o que me apaixona, vou amar ainda mais quem ficou com o meu coração, é tempo de tocar os sinos. Aproxima-se o momento de sentir, cometer mais um crime de sentir. Nunca me soou tão magnificamente cometer um crime a mim próprio, vou voltar à minha essência. Vou pintar os lábios, colocar as mãos em mim. 
Às 22:22 vou atingir um orgasmo, que saudades.

08 fevereiro, 2012

Falo de ti às pedras das estradas todos os dias,

Falo de ti às pedras das estradas,
E ao sol que é louro como o teu olhar,
Falo ao rio, que desdobra a faiscar,
Vestidos de princesas e fadas;

Falo às gaivotas de asas desdobradas,
Lembrando lenços brancos a acenar,
E aos mastros que apunhalam o luar
Na solidão das noites consteladas;

Digo os anseios, os sonhos, os desejos
Donde a tua alma, tonta de vitória, 
Levanta ao céu a torre dos meus beijos!

E os meus gritos de amor, cruzando o espaço
Sobre os brocados fúlgidos da glória,
São os astros que me tombam do regaço.

Florbela Espanca, A Mensageira das Violetas



No Sol que iluminou o dia apercebi-me, com o cigarro na boca, da ausência de respeito pelos teus sentimentos, pela tua condição de amante a partir do momento em que abri a boca para te falar sobre o meu coração, sem cuidado, sem espaço para pensar. Nas palavras cortantes, no entrecortar de pormenores essenciais, não atendi ao teu amor, ao teu sentimento proveniente de outros tempos. Neste flutuar em que a minha vida se encontra, nesta necessidade de pausa em que o meu corpo necessita. Oh, quando somos nós que cometemos o erro é fatal para todas as veias, amortece o aceleramento dos batimentos cardíacos, a alma morre um pouco mais. A partir do segundo em que me apercebi do erro pela ausência e pela mudança dentro de mim, pedaços da alma derreteram, provas que necessito de mostrar ficaram mais fortes. Oh, as acções vão ser o meu ingrediente principal, a minha alma continua a mesma com algumas defesas. Necessito de retirar essas defesas para contigo, se o meu papel se invertesse, se o jornalista fosse a segunda pessoa e me perguntasse “Quem te conhece melhor?”, provavelmente diria o teu nome, não me ocorre outro depois da minha mãe e do meu pai. E com isto peço-te desculpa. Desculpas não se pedem, evitam-se, diriam muitos. Com os erros aprende-se, existe formação humana, com isto ama-se um pouco mais. Odeio-me à meia-noite de todos os dias, quando um novo dia começa. Isso vai mudar, acabou-se o desgaste. Começa o renascimento, a subida aos céus. Oh, perdoa-me meu amor. Se soubesses o quão morto estive hoje. Se eu soubesse o quão morto estiveste hoje. Neste flutuar em que a minha vida se encontra, tento entender as tuas páginas. As minhas são escritas de forma rabiscada, quando estiver contigo, aconchegado, a partilhar a vida, vou lê-las ainda melhor. A minha alma gémea está comigo, ficarei sempre contigo. Perdoa-me, falo de ti às pedras das estradas todos os dias da minha vida.

05 fevereiro, 2012

PS - As pessoas ficam melhor ao Sol,


Presto atenção a alguns pormenores já que outros vou deixando escapar, para bem longe do meu campo de visão. Umas vezes consigo sentir-me extremamente bem com a forma como passo a porta de casa para abraçar o tempo que passa, das outras vezes os pequenos tecidos que conseguem aniquilar o poder de uma gélida temperatura são constantemente acertados e colocados no sítio correcto numa tentativa de satisfação do meu lado mais organizado (que neste momento, tantos lados da minha vida e personalidade estão desorganizados. Quais, perguntam-se vocês. E eu não respondo a isso). A partir do momento em que tenta prestar atenção aos pormenores, existe a tendência de permanecer em silêncio, com a boca fechado, com as opiniões e gostos todos guardados. Trata-se de egoísmo, a partir do momento em que digo o que estou a pensar não passa a ser uma algo só meu (mesmo que seja uma loucura, uma fantasia que a minha cabeça alimenta a todas as horas), são mecanismos de defesa contra tudo. E quando digo tudo, pessoas da minha natureza contém também dificuldade em confiar em que amam profundamente.  Essas por vezes são as mais terríveis de confiar, a mente organizada faz previsões do que os olhos alheios vão pensar de nós e se nos diferenciarmos vamos estar a ir por outro caminho, outro padrão (e com isto poderia estar a desenhar mais hipóteses, é a faceta mais natural de um ser humano como eu).
As pessoas ficam melhor ao Sol, ouvi numa música que tinha guardado no computador. Gostava que os raios solares brilhassem novamente na minha cara. Com os meus óculos escuros, um chapéu dos grandes na cabeça e a vestir unicamente uns calções, desejava aproveitar novamente uma das melhores estações do ano. Sou um apaixonado pelo Verão, pelo descanso, pelas ondas do mar, pelas pessoas a gastar o tempo com a família e amigos num local recheado de areia e água salgada, numa simplicidade envolta em paz. Falta-me sentir a areia no momento em que escrevo, falta-me olhar para alguns pormenores. Desejo o mar para me esquecer dos problemas que a minha cabeça vai elaborando e as pequenas inseguranças que vai plantando. Oh, é simplesmente isto. Hoje só escrevo isto. Neste dia de frio, eu quero que o Sol regresse e desejo olhar para todos os pormenores.
E neste dia volto a escrever o amor que tenho por ti. Volto a redesenhá-lo, volto a guardá-lo, volto a mostrar-te se não estiveres longe. Essa distância fria é que me mata durante alguns minutos. O Sol traz o calor, os reflexos, a cor loura. De que cor é o amor? As pessoas ficam melhor ao Sol.