Presto
atenção a alguns pormenores já que
outros vou deixando escapar, para bem longe do meu campo de visão. Umas vezes
consigo sentir-me extremamente bem com a forma como passo a porta de casa para
abraçar o tempo que passa, das outras vezes os pequenos tecidos que conseguem
aniquilar o poder de uma gélida temperatura são constantemente acertados e
colocados no sítio correcto numa tentativa de satisfação do meu lado mais
organizado (que neste momento, tantos lados da minha vida e personalidade estão
desorganizados. Quais, perguntam-se vocês. E eu não respondo a isso). A partir
do momento em que tenta prestar atenção aos pormenores, existe a tendência de
permanecer em silêncio, com a boca fechado, com as opiniões e gostos todos
guardados. Trata-se de egoísmo, a partir do momento em que digo o que estou a
pensar não passa a ser uma algo só meu (mesmo que seja uma loucura, uma
fantasia que a minha cabeça alimenta a todas as horas), são mecanismos de defesa
contra tudo. E quando digo tudo, pessoas da minha natureza contém também
dificuldade em confiar em que amam profundamente. Essas por vezes são as mais terríveis de
confiar, a mente organizada faz previsões do que os olhos alheios vão pensar de
nós e se nos diferenciarmos vamos estar a ir por outro caminho, outro padrão (e
com isto poderia estar a desenhar mais hipóteses, é a faceta mais natural de um
ser humano como eu).
As pessoas
ficam melhor ao Sol, ouvi numa
música que tinha guardado no computador. Gostava que os raios solares
brilhassem novamente na minha cara. Com os meus óculos escuros, um chapéu dos
grandes na cabeça e a vestir unicamente uns calções, desejava aproveitar
novamente uma das melhores estações do ano. Sou um apaixonado pelo Verão, pelo
descanso, pelas ondas do mar, pelas pessoas a gastar o tempo com a família e
amigos num local recheado de areia e água salgada, numa simplicidade envolta em
paz. Falta-me sentir a areia no momento em que escrevo, falta-me olhar para
alguns pormenores. Desejo o mar para me esquecer dos problemas que a minha
cabeça vai elaborando e as pequenas inseguranças que vai plantando. Oh, é
simplesmente isto. Hoje só escrevo isto. Neste dia de frio, eu quero que o Sol
regresse e desejo olhar para todos os pormenores.
E neste dia volto a escrever o amor que tenho
por ti. Volto a redesenhá-lo, volto a guardá-lo, volto a mostrar-te se não
estiveres longe. Essa distância fria é que me mata durante alguns minutos. O
Sol traz o calor, os reflexos, a cor loura. De que cor é o amor? As pessoas ficam melhor ao Sol.
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