05 fevereiro, 2012

PS - As pessoas ficam melhor ao Sol,


Presto atenção a alguns pormenores já que outros vou deixando escapar, para bem longe do meu campo de visão. Umas vezes consigo sentir-me extremamente bem com a forma como passo a porta de casa para abraçar o tempo que passa, das outras vezes os pequenos tecidos que conseguem aniquilar o poder de uma gélida temperatura são constantemente acertados e colocados no sítio correcto numa tentativa de satisfação do meu lado mais organizado (que neste momento, tantos lados da minha vida e personalidade estão desorganizados. Quais, perguntam-se vocês. E eu não respondo a isso). A partir do momento em que tenta prestar atenção aos pormenores, existe a tendência de permanecer em silêncio, com a boca fechado, com as opiniões e gostos todos guardados. Trata-se de egoísmo, a partir do momento em que digo o que estou a pensar não passa a ser uma algo só meu (mesmo que seja uma loucura, uma fantasia que a minha cabeça alimenta a todas as horas), são mecanismos de defesa contra tudo. E quando digo tudo, pessoas da minha natureza contém também dificuldade em confiar em que amam profundamente.  Essas por vezes são as mais terríveis de confiar, a mente organizada faz previsões do que os olhos alheios vão pensar de nós e se nos diferenciarmos vamos estar a ir por outro caminho, outro padrão (e com isto poderia estar a desenhar mais hipóteses, é a faceta mais natural de um ser humano como eu).
As pessoas ficam melhor ao Sol, ouvi numa música que tinha guardado no computador. Gostava que os raios solares brilhassem novamente na minha cara. Com os meus óculos escuros, um chapéu dos grandes na cabeça e a vestir unicamente uns calções, desejava aproveitar novamente uma das melhores estações do ano. Sou um apaixonado pelo Verão, pelo descanso, pelas ondas do mar, pelas pessoas a gastar o tempo com a família e amigos num local recheado de areia e água salgada, numa simplicidade envolta em paz. Falta-me sentir a areia no momento em que escrevo, falta-me olhar para alguns pormenores. Desejo o mar para me esquecer dos problemas que a minha cabeça vai elaborando e as pequenas inseguranças que vai plantando. Oh, é simplesmente isto. Hoje só escrevo isto. Neste dia de frio, eu quero que o Sol regresse e desejo olhar para todos os pormenores.
E neste dia volto a escrever o amor que tenho por ti. Volto a redesenhá-lo, volto a guardá-lo, volto a mostrar-te se não estiveres longe. Essa distância fria é que me mata durante alguns minutos. O Sol traz o calor, os reflexos, a cor loura. De que cor é o amor? As pessoas ficam melhor ao Sol.

Sem comentários: