01 abril, 2012

Quem escreve por gosto não (se) cansa

Para quem desconhece, sou mais um estagiário neste momento na área do Jornalismo. Todos sabem que as portas do mercado português andam fechadas, as pessoas andam a matar outras para conseguir chegar a algum lugar decente, com um ordenado decente. Amor à profissão é algo que não consigo pressentir no olhar de muitos seres humanos ou então não me cruzo com aqueles que me podiam provar o inverso. Mas ainda me dá gosto de trabalhar na redação do Diário de Notícias desde janeiro, apesar de não ganhar absolutamente nada (e ainda me lembro do verso de uma das canções da Lana del Rey, a cantar que o dinheiro é a razão. Ela é que tem razão lá no fundo senão nem teria uma carreira neste momento, perdoem-me os mais fanáticos). Para além das pequenas notícias que vou escrevendo, estas duas foram as minhas duas grandes primeiras com mais de mil caracteres.

Para além da coluna sobre o Rock in Rio diariamente (e enganem-se todos os que pensam que não é necessário ter um pouco de criatividade e imaginação para se escrever e noticiar sobre um festival todos os dias), fui até ao Castelo de S. Jorge em Lisboa para conhecer os programas que andam a acontecer por lá. Soube bem andar pelas muralhas, por todos os espaços a conhecer e a fazer o papel de crítico. Apesar de um jornalista não ser crítico, está no campo para ir a fundo nas questões e a passar para o público – ao escrever isto constato que é esta a vida que quero apesar de todas as dificuldades resumidas no primeiro parágrafo – e foi de meu encanto ter sido recebido de forma tão positiva no castelo da capital. Já o segundo artigo foi feito de última hora. O mini concerto de fado (um dos meus estilos musicais prediletos), no auditório do DN, contou com a minha presença e da Catarina. Às oito da noite tínhamos dois mil caracteres para escrever sobre aquilo. E realmente quem escreve por gosto não cansa, passado pouco tempo nasceu algo de qualidade. É o que vos apresento por aqui.
As coisas andam más mas quando encontramos o amor da nossa vida, como é o caso do Jornalismo para a minha alma, sabemos que é isso que queremos no futuro. E tens razão Lana, o dinheiro continua a ser a razão para muitas das situações e acontecimentos.

Não sei se conseguem ler mas aqui fica. O primeiro sobre o Castelo de S. Jorge e o segundo sobre o mini concerto.



Ps - Provavelmente vou tirar um mestrado em Artes. Cinema, Música e Literatura - as três paixões da minha vida. O resto é um passatempo.

4 comentários:

crónicas da vida disse...

É triste ver que muitos jornais se fazem do trabalho gratuito de estagiários. Para vocês frequentar a redação de um jornal a sério é uma experiencia fabulosa, mas para eles é trabalho feito por mentes frescas e avidas de criar, que lhes saí muito barato. Dá pena o país que temos para os jovens de hoje...

David Pimenta disse...

Infelizmente é dessa forma que funciona em alguns lugares. E infelizmente isso tira um pouco a esperança de se ter uma boa carreira na área que se deseja.
Enfim, continuo à espera e a fazer para que as coisas mudem.

paula disse...

sabes que o mais triste é haver pessoas que não se esforçam que esperam que as coisas lhe caiam dos céus por um milagre. As coisas boas acontecem a quem se esforça por elas, a quem luta por elas, a quem faz que elas aconteçam. É por isso que vale a pena perder noites a estudar, a trabalhar, ganhar cabelos brancos, ganhar rugas de cansaço...e ganhar vida, ganhar oportunidades. Isto porque quem trabalha com garra, quem se esforça com alma...mais tarde ou mais cedo será recompensado. E os sacrifícios de trabalhar sem muitas vezes ser remunerado e fazer ginasticas gigantes para que dê certo e resultem e vejam que nós existimos, os sacrifícios valem a pena. Parabéns pelo teu trabalho e continua sem desistir apesar de todos os obstáculos que ainda irão surgir.

David Pimenta disse...

Espero que este sacrifício dê o resultado esperado. Que me compense. Dá-me vontade de emoldurar estes dois primeiros grandes trabalhos, só esse sentimento já faz bem.
Obrigado pelas palavras de apoio. Ficam sempre guardadas, Paula.