22 abril, 2013

Pausa para os assuntos triviais



Ultimamente sinto que estou sempre a mil. Em qualquer questão da minha vida, quer seja com os meus amigos, com os meus pais, com o meu trabalho do mestrado (agora que me lembro soa sempre a duas mil e quinhentas tarefas para fazer e estão em cima da minha secretária) ou mesmo com os meus pequenos projetos. Uma crítica escrita ali, uma notícia escrita acolá, o visionamento de um filme ou espetáculo a meio do mês e tralhas de livros para serem lidos. Faz-me desejar algumas coisas: gostava que o meu dia tivesse 48 horas sem necessitar de dormir e não fosse necessário levantar-me para fazer comida, é o mal das pessoas com gosto em comer, em preparar uma ótima refeição elaborada para simplesmente se sentarem e sentirem todos os prazeres. No meio da velocidade mil com que encaro todas as minhas tarefas (o que não é necessariamente presságio de bom sinal) tenho sempre uma que aprecio fazer lentamente: ler um bom romance e avaliar todas as personagens e acontecimentos.

Ainda hoje estava na aula de Literacias para os Novos Media e falávamos sobre educação informal, acho que foi assim. Em que podemos ler alguma coisa e não tínhamos planeado aprender algo, não me recordo exatamente se foi assim porque como sei, a minha cabeça estava a mil, bem longe da sala de aula. Tendo em conta a matéria da aula, para desabafar estupidamente, aprendo sempre alguma coisa com os romances lights que leio. Nem que seja a fórmula que o escritor ou escritora usou: um drama no início, o pobre casal que nunca se encontra e no fim acaba tudo bem, normalmente com a descoberta de um grande segredo. E todos se perdoam no final. Gosto de pensar no quão longe me levam estes livros e não recomendo a ninguém. Tenho gosto de parar as leituras técnicas, com os livros que levo da biblioteca da minha faculdade, para começar a ler um todo lamechas. O Comer, Orar, Amar foi um desses exemplos. Desta vez, apeteceu-me ler uma viagem já que não tenho assim tanto dinheiro para sair fora do nosso país-ervilha (Portugal é mesmo pequeno) para andar um pouco pela Índia, Itália (ah, bela Roma!) e também pela Indonésia. Desta última paragem ficou-me o desejo tremendo de ir a Bali, apreciar as praias com uma boa companhia. E não é que me surpreendeu? Uma espécie de diário – e não sou nada fã – que acabou por dar algum prazer.

É como digo, posso andar com a cabeça a mil mas pelos menos uns quinze minutos das minhas vinte e quatro horas disponíveis acabam por estar reservados para a minha leitura com prazer. Estou em descanso apesar do trabalho que me aguarda, vamos lá ver como corre daqui para a frente.

2 comentários:

Cátia Pereira Matos disse...

Comer, Orar, Amar também me surpreendeu. Apesar do seu tom leve e simples, soube-me bem ler algo assim, para desanuviar a cabeça e voar para outras paragens (e que paragens!). Apesar de não achar o livro nada de transcendente, recomendo-o, porque aprendi com ele e há umas quantas citações bonitas.

David Pimenta disse...

Acho que depende do estado de espírito e das expectativas com que lês este livro. Soou-me a algo mesmo bom quando o acabei! Citações bem profundas, mesmo quando parecem simples!