03 dezembro, 2013

Deixa-me mergulhar nas tuas águas (palavras) quentes

Escrevo mais uma vez para ti. 

Nesta vida plena, nos meus leves vinte e dois anos, em que qualquer um acha um peso violento para o meu rosto de rapaz. Esse rapaz que ainda assenta nos meus pulmões para impedir os meus vícios. Nesta vida plena escrevo, mais uma vez para ti, a mudar as palavras, os verbos e os adjetivos de lugar para mostrar-te de quantas maneiras posso mostrar o meu amor por ti. O carinho escorre por todos os meus comportamentos e os meu gestos no teu rosto delicado, arranjado para me olhares.

Já foi um rosto destroçado, despedaçado como uma porcelana no chão sujo. Consigo ver-te esse lado, o que não conversas comigo por já estar arrumado pacificamente no passado. Escrevo mais uma vez para ti nas minhas pétalas azuis, estas que me protegem do frio numa casa tão envelhecida. Sabias do pequeno buraco que fiz numa das paredes da sala? Estava simplesmente encostado e o meu cotovelo recolheu reduzidos centímetro do material que a minha casa é construída.

Escrevo mais uma vez para ti.


Deixa-me mergulhar nas tuas águas quentes, na cor límpida da doçura do teu oceano. Lágrimas salgadas, corpos podres constroem um oceano atlântico gélido e completamente salgado. Não é à toa que tantas almas chorem por arrependimentos, ausências de salvações e palavras de uma vida passada. É necessário um ciclo natural da natureza. Sabias que nunca consegui compreender esta minha associação da natureza com o trabalho dos espíritos que ficam presos na Terra? Assusta-me a minha visão da maioria dos acontecimentos, por sentir que a loucura me pode matar um dia destes e é a ti que vou virar o meu desespero. Quando me falam em amor, para além do amor, do sexo, do carinho, do mimo que troco contigo, lembro-me também da loucura corporal que pode ser adquirida com o passar do tempo. É uma loucura, eu sei mas penso em todas as possibilidades.
Já que é a primeira vez que alguém me vê como uma casa definitiva, para viver confortavelmente a vida toda. Não brinques comigo, nunca brincaste, nem nunca vais brincar. Construir a tua casa na minha alma é a maior responsabilidade que vais ter na tua vida e o teu coração está pronto para mim, para os meus devaneios.
Escrevo mais uma vez para ti. A loucura não me ameaça, meu amor, e a minha casa gélida ameaça matar-me com um calor súbito. A vitória está do nosso lado por sermos uma das poucas pessoas que ousa celebrar a vida nestes tempos tão negros.

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