31 julho, 2008

eterna bebedeira.

são eles, os teus olhos, que me prendem em mil agonias e pânicos.
vivo à sua mercê.
cada lágrima tua é água com que engano a sede.
vou enchendo a garrafa disto.
do remorso de infidáveis bebedeiras de mentiras e romance.
cada gole, cada tormento.
e agora diz-me meu amor, que é feito do barril de ti que enchi, incessante, durante mil dias e mil noites?
o que resta de cada pedaço que, estúpida, fui recolhendo de nós?
sobram gotas no fundo do copo.
e agora bebo.
bebo não para esquecer.
bebo para me lembrar de ti.
bebo para me relembrar de nós.

1 comentário:

Ana disse...

"bebo não para esquecer.
bebo para me lembrar de ti."

Muito bom!!!

Achei lindíssimo!