12 março, 2012

(...) não consigo deixar de me apaixonar por inteligência,

Ir ao ModaLisboa na posição de Imprensa levou-me a um campo mais profundo, não duvidem. É curioso saber quem aprecia realmente o mundo da moda, quem contém algum conteúdo e quem são aqueles com a capacidade de ter os pés no chão. O lado contrário também existe e está presente, as pessoas que não sabem o que significa estética, que pensam que a aberração pode abrir novas portas (e quem sabe se não abrem, mas onde anda foi parar a naturalidade, a elegância?). Estar presente num evento destas proporções, mesmo sendo em Portugal, é sentir-se como se os dias de Carnaval estivessem novamente no calendário e é conhecer pessoas novas, com um bom discurso, com conteúdo dentro das massas cinzentas. Estar ali é também ver alterações nos comportamentos das pessoas, equivale a crescimento. Sabe a subir os degraus e a compreender o funcionamento da sociedade, das hierarquias.
O tema Freedom supostamente significava “símbolo de mudança assertiva no caminho de novas e essenciais formas de estar e ver o mundo” ou então “renovar o estabelecido”. Questiono-me então: porque soou tudo igual e sem a suposta liberdade, na sua maioria? Perdoem-me os que não concordam comigo mas as coleções pareceram-me muito iguais, as tendências portuguesas continuam muito no mesmo, não abrem asas. E onde andam as pessoas com verdadeiro talento? Onde andam esses brilhos que conheço tantas vezes? Tive o prazer de conhecer algumas pessoas realmente talentosas, com cérebro a funcionar claramente e com um bom gosto extremo. Mas digo, a maioria não sabe porque está sentada num banquinho do desfile, não entende que o importante (desculpem a ingenuidade, se assim o acharem) é apreciar a arte. É tudo a que se resume: arte. E basta saber como pegar nela e usá-la para mudar um pouco a zona de conforto. Amo muito uns bons sapatos mas não consigo deixar de me apaixonar por inteligência.


O StreetLights.pt gostou da minha mochila, que andou sempre comigo todos os dias. O Espalha-Factos tem sido o local onde deixo a minha crítica. Em Outubro quem sabe se não estarei outra vez a ver as novas apresentações. Sinto o coração mais rico.


(um dos meus predilectos, já agora - Os Burgueses)

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