16 fevereiro, 2013

A lagarta que vai viver sempre dentro de mim quando continuo a provar a mim mesmo o quão bonito é o meu rosto e o meu coração,



Para mim, não passas, por enquanto, de um rapazinho em tudo igual a cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. Para ti, não passo de uma raposa igual a cem mil raposas. Mas, se me cativares, precisaremos um do outro. Serás para mim único no mundo. Serei única no mundo para ti.

- Antoine de Saint-Exupéry, Le Petit Prince

Existe uma transição que sempre me assustou os ossos e os recantos da minha alma por nunca ter conseguido ultrapassar: a metamorfose da paixão em amor. Se é que me aconteceu alguma vez um sentimento idêntico. As tulipas da minha casa acabaram por morrer de todas as vezes em que a metamorfose estava pronta para ser realizada. As pequenas lagartas explodiram dentro dos casulos, as pequenas substâncias de paixão não conseguiram voar acompanhadas e batizadas como amor. Desta vez, sussurras-me aos ouvidos a diferença. Pretende ser diferente, disse-me o meu Deus, aquele em que acredito nas manhãs mais conturbadas e nos dias de Sol poderosos. A transição encontra-se nos estados finais, neste momento. São precisos dois seres humanos para esta transição. Não te demores, o pequeno-almoço está preparado para ti. Vamos fazer amor, um ciclo vicioso de desejo e dedicação. Cheiro os pedaços da tua pele desde a tua testa até aos pés e sinto-me à vontade para beijar qualquer um dos teus dedos. As lagartas vão voar dentro de algum momento.

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