04 março, 2010

a plenitude do ser humano começa com a plenitude entre o corpo e a alma. o meu corpo sua, defeca, urina, produz muco ao nível respiratório, fica lubrificado ao nível dos genitais, contém uma camada de pêlos em quase toda a sua superfície e, no entanto, o meu corpo é o meu sítio preferido. amo-me na minha plenitude apesar de não deixar de pôr em causa tal dogma quando coloco desodorizante nas axilas,  quando faço questão de trancar a porta da casa de banho quando descarrego os intestinos e a bexiga, quando tento emitir o mínimo de ruído possível ao assoar-me, quando me masturbo, escondida, como se de um crime se tratasse ou  quando me depilo. são actos que tu, pudica sociedade, me impuseste a fim de construir esse teu pudico império.

6 comentários:

Anónimo disse...

Eu adoro a tua escrita!
É forte, mas mesmo assim viciante! +.+

continuando assim... disse...

convite para seguir a história de Alice, lá no
... continuando assim....

já começou !
espero que goste

bj
teresa

Silvana disse...

este texto é simplesmente sublime.

a sociedade, os falsos puritanismos e as regras de boa educação e boas maneiras...temos que nos libertas, ser nós próprios.

adorei mesmo :)

David Pimenta disse...

fica-se sempre com aquele desejo de ler mais e mais.

D. disse...

Forte, chocante e marcante. A tua escrita fascina-me.

Afonso Arribança disse...

wow ! Falámos sobre isso naquele dia. E concordo contigo. Oh púdica sociedade...